A crise dos chips é um tópico deprimentemente familiar nos ciclos de notícias nos últimos 12 meses, mas os velhos e ruins dias de demanda que superam a oferta parecem ter acabado. Mais uma evidência disso são os prazos de entrega dos chips, que tiveram seu maior declínio em anos no mês passado, caindo quatro dias.
Os prazos de entrega de chips
De acordo com uma pesquisa do Susquehanna Financial Group (via Bloomberg), os prazos de entrega – o tempo entre o pedido de um chip e a entrega — foram em média 26,3 semanas em setembro. Isso está abaixo de cerca de 27 semanas no mês anterior.
Para efeito de comparação, a queda entre julho e agosto foi de um único dia.
O período de espera de agosto ainda era muito maior do que nos tempos pré-Covid — eram apenas 12,7 semanas em outubro de 2019 — mas o tamanho do declínio mensal é significativo.
A Bloomberg escreve que todas as principais categorias de produtos viram seus tempos de espera cair, com gerenciamento de energia e chips analógicos experimentando os maiores declínios.
No auge, a escassez de chips teve um enorme impacto em setores como a fabricação de automóveis. E quem tentou comprar uma placa gráfica entre meados de 2020 e alguns meses atrás vai se lembrar de como as coisas estavam ruins.
Ironicamente, muitas indústrias estão agora sofrendo com o problema oposto. A demanda do consumidor caiu depois que as fábricas aumentaram a produção, a Rússia invadiu a Ucrânia e a inflação disparou, o que levou ao excesso de estoque.
O excesso de oferta fez com que os preços da placa gráfica, SSD e RAM caíssem. No caso dos dois últimos, os fabricantes foram obrigados a reduzir a produção. Também vimos empresas como AMD e Intel perdendo projeções de vendas e, em alguns casos, demitindo funcionários.
Mas nem todos os mercados viram seus problemas relacionados à escassez de chips aliviarem. O CFO da Dell, Tom Sweet, disse no mês passado que a cadeia de suprimentos de PCs voltou a operar mais como sua norma histórica, apesar de alguns problemas remanescentes, mas o mercado de servidores continua a sofrer devido à escassez de semicondutores.
No entanto, a queda nos prazos de entrega pode garantir que a previsão da Sweet de que o aperto no mercado cairá no quarto trimestre seja precisa.
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