A Nvidia vem surfando a onda do boom global da Inteligência Artificial (IA), mas evidências crescentes sugerem que o ritmo frenético pode estar desacelerando. Analistas do UBS recentemente informaram a investidores que o tempo de espera por GPUs da Nvidia usados em aplicações de IA caiu para 3-4 meses, após ter chegado a quase 11 meses no ano passado.
Um relatório recente do The Information corrobora esses dados, afirmando que alguns clientes da Nvidia possuem hardware excedente. A publicação aponta ainda que proprietários de GPUs H100 estão revendendo seus equipamentos ou reduzindo pedidos, optando por alugar capacidade de processamento de provedores de nuvem como Amazon, Google e Microsoft. No final do ano passado, a Amazon lançou opções de aluguel de GPU por períodos mais curtos, direcionadas a clientes que precisam de processamento de IA para apenas um trabalho específico.
Armazenar hardware é caro, especialmente se não estiver sendo utilizado. Ao invés de acumulá-lo e esperar pela obsolescência, alguns preferem revendê-lo.
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Tempos de espera menores e melhor disponibilidade de chips são apenas parte da equação, e não significam necessariamente o fim do boom de receita da Nvidia impulsionado pela IA. No início do ano, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou a intenção da empresa de adquirir cerca de 350.000 chips H100 até o final de 2024, o que é uma ótima notícia para a Nvidia e seus investidores.
Muitas outras empresas também precisam de hardware de IA para treinar modelos de linguagem (LLMs), seja por meio de compra direta ou aluguel na nuvem, o que permitiu que a Nvidia e fabricantes rivais mantivessem preços consistentes.
Na semana passada, a Nvidia divulgou lucros estelares no quarto trimestre, de US$ 22,1 bilhões, superando as expectativas de Wall Street. O valor representa um aumento de 22% em relação ao trimestre anterior e impressionantes 265% na comparação anual.
No momento da redação, as ações da Nvidia estão sendo negociadas a US$ 790, aproximando a empresa de uma capitalização de mercado de US$ 2 trilhões. Enquanto isso, o CEO Jensen Huang provavelmente desfruta de sua posição entre as 25 pessoas mais ricas do mundo, com um patrimônio líquido de quase US$ 70 bilhões.
