A contínua escassez de chips causou tantos problemas para a indústria automotiva que os dois maiores nomes de Detroit decidiram agora entrar no desenvolvimento de chips. Embora o foco inicial seja o fortalecimento dos laços com os fabricantes de chips existentes para lidar com a escassez de curto prazo, a Ford busca eventualmente melhorar o fornecimento e ganhar independência com o desenvolvimento interno de semicondutores no futuro.
Houve vários casos relatados neste ano de veículos novos se acumulando em concessionárias e estacionamentos, todos aparentemente adequados para a estrada, mas, em última análise, impossíveis de conduzir para os consumidores porque o fabricante não conseguiu obter um chip para colocar dentro a tempo. Outros, enquanto isso, foram forçados a vender carros sem telas sensíveis ao toque funcionando .
Entre as montadoras dos Estados Unidos, a Ford foi uma das mais atingidas pela atual crise de chips, que levou a dezenas de milhares de picapes F-150 se empilhando no Kentucky Speedway. Agora, o WSJ relata que a montadora, junto com a General Motors, está entrando no desenvolvimento de chips em uma tentativa de reduzir as restrições de fornecimento e obter mais controle sobre esse componente crucial.
A Ford, que recentemente contratou de volta o líder do projeto de automóveis da Apple, aumentou seus planos de produção de EV, e sua recém-anunciada parceria com a GlobalFoundries para o desenvolvimento de chips poderia suavizar o caminho à frente para a produção de veículos.
Chuck Gray, vice-presidente de software e controles incorporados de veículos da Ford, diz que este acordo visa, em parte, melhorar os suprimentos de curto prazo e que a empresa desenvolverá em conjunto com a GlobalFoundries chips de ponta para veículos futuros.
A GM, por sua vez, também firmou acordos com a Qualcomm e a NXP Semiconductors para a fabricação de chips. A montadora estima que a demanda por semicondutores dobrará nos próximos anos e diz que planeja desenvolver três famílias de chips centrais com arquiteturas semelhantes para aumentar a quantidade e qualidade de semicondutores.
Será interessante ver se os fabricantes de automóveis podem desenvolver uma abordagem vertical mais semelhante à da Tesla para a produção de automóveis no futuro e talvez encurtar a crise de chips que se espera perdurar por mais alguns anos.
