No DEFCON, conferência anual sobre segurança cibernética que acontecerá em Las Vegas no meio de agosto deste ano, profissionais de segurança e hackers éticos terão a oportunidade de testar as defesas de segurança de um satélite real no espaçono Hack-A-Sat 4 Contest. À medida que as capacidades espaciais se tornam cada vez mais essenciais para aplicações digitais, a importância da cibersegurança nesse campo continua a crescer.

A convenção de hackers DEFCON costuma ser o local onde analistas e programadores se reúnem para tentar derrotar as defesas de segurança em computadores, veículos ou outras tecnologias “terrestres”. No entanto, este ano, o evento em Las Vegas proporcionará a oito equipes de hackers éticos a chance de comprometer um satélite real em órbita.

Organizado com a ajuda da US Space Force, uma agência federal que lida com GPS, comunicações militares por satélite e outras operações relacionadas ao espaço, o Hack-A-Sat 4 contest permitirá que hackers ataquem hardware espacial real pela primeira vez na história da conferência.

Mais de 380 equipes diferentes participaram das etapas de qualificação em abril, mas apenas oito delas – incluindo concorrentes da Austrália, Alemanha, Itália e Polônia – participarão da competição final em Las Vegas. Nas edições anteriores do Hack-A-Sat, os programadores tinham que hackear um satélite real que não estava realmente no espaço. Neste ano, os hackers terão acesso ao satélite Moonlighter em órbita.

O Moonlighter foi lançado a bordo de um foguete SpaceX em 5 de junho, chegando à Estação Espacial Internacional em breve. Um satélite cubosat do tamanho de uma torradeira, com painéis solares extensíveis, o Moonlighter foi projetado para ser hackeado e inclui todas as defesas de segurança com as quais os hackers poderão se divertir. O satélite não tem maneira de alterar sua órbita, e os controladores em terra podem reiniciar o sistema para retomar o controle e expulsar qualquer intruso.

De acordo com os planos, o satélite Moonlighter deverá ser lançado em órbita no início de julho. Em agosto, os competidores do Hack-A-Sat 4 terão um período de 72 horas para testar suas capacidades de penetração no espaço em uma confrontação no estilo capture-the-flag, que provavelmente exigirá uma colaboração mais próxima e um cronograma pré-definido entre os programadores para tentar ter sucesso na tarefa.

O Hack-A-Sat 4 contest surge após a invasão de hackers militares russos à rede de satélites europeus Viasat KA-SAT, que teve sucesso em interromper as comunicações ucranianas no início da invasão em fevereiro de 2022. A segurança espacial se tornou uma preocupação real tanto para agências militares quanto civis, e isso será ainda mais relevante com a esperada implantação de novas redes de satélites nos próximos meses e anos.

Espera-se que o Hack-A-Sat 4 contest traga insights importantes sobre as vulnerabilidades dos sistemas espaciais e estimule o desenvolvimento contínuo de defesas de segurança robustas nesse campo. A colaboração entre hackers éticos e agências governamentais, como a US Space Force, torna-se essencial para garantir que a tecnologia espacial continue a ser usada para fins pacíficos e que a segurança cibernética acompanhe as crescentes ameaças.

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