A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA, na sigla em inglês) está considerando abrir uma investigação antitruste sobre a relação entre a Microsoft e a OpenAI, após os recentes acontecimentos tumultuados na empresa de inteligência artificial. Esta investigação pode ser desencadeada pelos eventos que envolveram a demissão e a posterior reinserção do CEO da OpenAI, Sam Altman, em uma nova posição na Microsoft.

A CMA, que foi o último regulador a aprovar a aquisição de US$ 69 bilhões da Activision Blizzard pela Microsoft, está agora avaliando se a parceria entre a Microsoft e a OpenAI, juntamente com os desenvolvimentos recentes envolvendo Sam Altman, configurou uma situação de fusão relevante e qual seria o impacto dessa fusão na concorrência no Reino Unido.

Estima-se que a Microsoft tenha investido até US$ 13 bilhões na OpenAI, incorporando muitas das ferramentas de inteligência artificial da empresa em seus próprios produtos. A colaboração na área de desenvolvimento tecnológico e a prestação exclusiva de serviços em nuvem pela Microsoft à OpenAI são citadas pela CMA como uma parceria “próxima e multifacetada”.

Os recentes eventos mencionados pela CMA referem-se à conturbação que ocorreu na OpenAI no mês passado. Tudo começou quando Sam Altman foi demitido pelo conselho, que declarou não ter mais confiança na capacidade de Altman de liderar a OpenAI e manter uma comunicação “consistentemente franca com o conselho”. As ações da Microsoft caíram até 2,4% na esteira dessa notícia.

Posteriormente, surgiram relatos de que o conselho poderia ser substituído e Altman readmitido, apenas para o CEO da Microsoft, Satya Nadella, anunciar que Altman estava se juntando à empresa como chefe de uma nova equipe de pesquisa em inteligência artificial.

A última parte da saga viu Altman retornar à OpenAI um dia depois, supostamente com a ajuda de Nadella. Ele foi reintegrado como CEO sob um novo conselho provisório de três pessoas, com a Microsoft como observadora sem direito a voto.

A CMA afirmou que deseja revisar se a parceria resultou em uma aquisição de controle – onde uma das partes passa a ter influência significativa, controle de fato ou mais de 50% dos direitos de voto – e se isso poderia ter um impacto na concorrência.

O vice-presidente e presidente da Microsoft, Brad Smith, afirmou em comunicado que a relação da empresa com a OpenAI garante a independência de ambas.

“A única coisa que mudou é que a Microsoft agora terá um observador sem direito a voto no conselho da OpenAI, o que é muito diferente de uma aquisição, como a compra do DeepMind pelo Google no Reino Unido. Trabalharemos de perto com a CMA para fornecer todas as informações necessárias”, disse Smith.

A CMA foi o último regulador a bloquear a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft no início deste ano. A empresa foi eventualmente forçada a transferir os direitos de streaming em nuvem para todos os jogos da Activision Blizzard lançados nos próximos 15 anos para a Ubisoft, a fim de acalmar o regulador.

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