Pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão, determinaram que a madeira proveniente de árvores magnólias poderia ser o material de construção ideal para um satélite que será lançado ao espaço no próximo ano.

Resultados de testes realizados em uma recente experiência a bordo da Estação Espacial Internacional, com três amostras de madeira, revelaram que a magnólia é a opção mais versátil. As amostras, que foram expostas às condições severas do espaço por 10 meses, retornaram à Terra em janeiro passado.

A análise mostrou que a magnólia não sofreu decomposição ou danos, como rachaduras, descascamento ou deformações. Além disso, não houve alteração na massa das amostras de madeira antes e depois de sua exposição no espaço.

A madeira pode não parecer a melhor escolha para um satélite espacial, mas possui algumas vantagens únicas.

É muito mais fácil e menos dispendioso produzir madeira do que ligas metálicas tradicionalmente usadas na construção de satélites. Além disso, a madeira é mais amigável ao meio ambiente, leve, flexível e certamente queimaria completamente durante a reentrada na atmosfera da Terra, minimizando o risco associado ao descomissionamento de um satélite. Satélites existentes que não se espera que queimem completamente na atmosfera são trazidos de volta à Terra em áreas remotas do oceano.

Um satélite de madeira não eliminaria totalmente todos os riscos, entretanto, uma vez que seus componentes internos ainda seriam feitos de materiais tradicionais que podem não queimar tão facilmente.

Leitura relacionada: Cientistas criam transistor de madeira que opera em cerca de 1Hz.

A Universidade de Kyoto se associou à Sumitomo Forestry em 2020 no projeto LignoStella Space Wood, visando lançar eventualmente um satélite de madeira ao espaço. Testes simulados aqui na Terra sugeriram que a madeira pode se sair bem no espaço, pois consegue suportar uma ampla gama de temperaturas e se manteve em condições de quase vácuo.

Segundo o Phys.org, o satélite de madeira do grupo será lançado em conjunto pela NASA e pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) em 2024. Uma entrada no Banco de Dados de Nanosatélites menciona que o satélite realizará operações de rádio amador e ajudará a educar estudantes sobre as características do satélite.

Leia também: Equipe de pesquisadores descobre 62 novos satélites orbitando Saturno

Exit mobile version