A gigante de drones DJI suspendeu as vendas na Rússia e na Ucrânia após relatos de que tropas russas estão usando seus produtos para navegar em mísseis. A empresa diz que a medida não é uma declaração sobre nenhum país “mas uma declaração sobre nossos princípios”.
A Reuters relata que a DJI se tornou a primeira grande empresa chinesa a retirar seus produtos da Rússia. A empresa de caronas Didi Global anunciou que estava se retirando da Rússia e do Cazaquistão em fevereiro, mas mudou de ideia após pressão de usuários de mídia social na China, acusando-a de sucumbir à pressão dos EUA.
Um porta-voz da DJI enfatizou que, ao contrário da grande quantidade de empresas americanas que vão da Apple à Intel, sua decisão não foi um protesto contra a Rússia por sua invasão a Ucrânia. “A DJI abomina qualquer uso de nossos drones para causar danos e estamos suspendendo temporariamente as vendas nesses países para ajudar a garantir que ninguém use nossos drones em combate”, disse um porta-voz à Reuters.
Em março, o vice-presidente ucraniano Mykhailo Fedorov enviou uma carta pedindo ao CEO e fundador da DJI, Frank Wang, que parasse de vender produtos para a Rússia. Fedorov disse que o exército russo estava usando uma versão estendida do programa de detecção de drones DJI AeroScope e que os produtos DJI estavam sendo usados para matar civis.
No mês passado, a varejista alemã de eletrônicos MediaMarkt removeu os drones DJI de suas prateleiras por alegações de que a empresa chinesa estava vazando dados sobre posições militares ucranianas para a Rússia, uma alegação que a DJI chamou de “totalmente falsa”.
A DJI disse que, embora tenha notado imagens online que sugeriam que os militares russos estavam usando seus drones, não conseguiu confirmar isso e não tinha controle sobre o uso de seus produtos. A empresa divulgou recentemente um comunicado dizendo que não vende drones para uso militar, e seus distribuidores, revendedores e outros parceiros de negócios concordaram em não vender seus produtos para esse fim ou ajudar a modificá-los para os militares.