Embora normalmente as estrelas sejam compostas principalmente de gás e plasma, os astrônomos descobriram uma estrela extremamente incomum que provavelmente tem uma superfície sólida. Acredita-se que o campo magnético da estrela seja tão forte que pode “congelar” as camadas externas em uma estrutura sólida.
A descoberta foi feita por uma equipe internacional de astrônomos, um dos líderes da pesquisa é o University College London. Analisamos dados do satélite X-ray Polarimetry Explorer (IXPE), que mede a polarização da radiação de raios-X de fontes cósmicas — a análise desses dados nos permite aprender muito sobre objetos e seu ambiente.
Segundo o portal da University College London, a teoria quântica prevê que a luz que se propaga em um meio altamente magnetizado “polariza em duas direções, paralela e perpendicular ao campo magnético”. Isso permite tirar conclusões sobre a estrutura do campo magnético e a vizinhança da estrela de nêutrons.
A análise dos dados sugere que estamos falando da chamada “condensação magnética”, quando o campo magnético em torno de um objeto é tão forte que transforma a “atmosfera” em torno dele em um líquido ou sólido.
A superfície sólida da estrela 4U 0142+61 consiste em uma rede de íons mantidos juntos por um campo magnético, e este último pode até deformar átomos.
O objeto 4U 0142 + 61 está localizado a aproximadamente 13 mil anos-luz da Terra na constelação de Cassiopeia e é o chamado. “magnetar” — uma estrela de nêutrons com um campo magnético extremamente poderoso — pela primeira vez tal objeto é observado na faixa de raios-X.
Anteriormente, os cientistas assumiam que tal estrela até tinha sua própria atmosfera, mas até agora as informações não foram confirmadas.
Segundo uma das líderes do projeto, a professora Silvia Zane (Silvia Zane), ninguém esperava que a estrela tivesse uma superfície sólida — formada praticamente da mesma forma que a água se transforma em gelo sob a influência de um campo magnético extremamente forte.
A temperatura também desempenha um papel importante — quanto mais quente o gás, mais difícil é torná-lo sólido mesmo sob tais condições.
A equipe admite que pode haver outras explicações para as observações, mas pela primeira vez, surgiu uma hipótese viável para justificar a presença de uma superfície sólida na estrela.
No futuro, os cientistas pretendem estudar magnetares mais quentes para descobrir como a temperatura e a força do campo magnético podem afetar a mudança nas propriedades da superfície das estrelas.
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