O BitTorrent, protocolo P2P (peer-to-peer) criado pelo programador Bram Cohen em 2001, revolucionou o compartilhamento de arquivos e dados pela internet. No entanto, a tecnologia que já foi imbatível vê seu uso minguar nos últimos anos.

Embora o tráfego de internet siga em alta velocidade, o BitTorrent não é mais a potência que já foi no quesito envio de dados. Um relatório recente da Sandvine, empresa canadense de inteligência de redes, revelou mudanças significativas no mercado de tráfego de internet.

Há duas décadas, antes da explosão da Web 2.0, o BitTorrent respondia por cerca de 35% de todo o tráfego da internet. Naquela época, o compartilhamento de arquivos via P2P reinava, pois não havia outras fontes com capacidade similar de gerar tanto volume de dados.

Hoje, a internet é um ambiente completamente diferente. Serviços de streaming de vídeo e redes sociais como YouTube, Netflix e TikTok dominam o tráfego global, e a pirateria migrou em grande parte dos sites P2P para plataformas de streaming. Mesmo perdendo o posto de principal fonte de downloads, o BitTorrent ainda contribuía consideravelmente para o tráfego de envio de dados (upload).

Em 2013, o BitTorrent respondia por um terço de todo o upload da internet. Há dois anos, esse número caiu para 10%. De acordo com dados recentes da Sandvine, o protocolo BitTorrent aparentemente perdeu o apelo entre os usuários.

Segundo a empresa canadense, as 10 principais fontes de upload atualmente estão relacionadas a armazenamento em nuvem, mensagens e streaming de vídeo. Juntas, redes sociais e vídeo monopolizam mais da metade de todo o tráfego de upload em conexões fixas e móveis de banda larga.

O BitTorrent ainda tem papel relevante em redes de acesso fixo, onde responde por 4% de toda a banda dedicada a upload. No entanto, serviços como iCloud e YouTube geram bem mais tráfego do que a rede criada por Bram Cohen.

Apesar da queda, a Sandvine considera o BitTorrent um “fator significativo” na geração de tráfego. Isso se deve ao número relativamente pequeno, porém ativo, de usuários na rede. A pirateria é, sem dúvida, um grande motivador, mas pesquisadores e instituições acadêmicas também utilizam o protocolo para compartilhar grandes volumes de dados.

A Sandvine prevê que o tráfego do BitTorrent continuará a cair no futuro, à medida que os usuários migrem cada vez mais para serviços de nuvem e streaming como fontes primárias de conteúdo.

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